Cerca de trezentas crianças morrem diariamente por doença em Moçambique

Diz o UNICEF
Celebra-se hoje, 1 de Junho, em todo o mundo, o Dia Internacional da Criança.
Segundo o UNICEF, em Moçambique, todos os dias morrem 320 crianças com menos de cinco anos, vítimas de doenças que podem ser prevenidas e que são curáveis, como é o caso da malária, infecções respiratórias e diarreia. As doenças relacionadas com a SIDA estão a aumentar rapidamente.
Segundo o UNICEF, em Moçambique, apenas 48% dos nascimentos contam com a presença de um técnico de saúde qualificado, e 70% das mulheres grávidas estão anémicas, uma condição associada a bebés com baixo peso no nascimento.
Segundo o UNICEF, as mulheres constituem 58% dos moçambicanos que vivem com VIH e SIDA, e apenas 6,7% das mulheres grávidas seropositivas estão a receber medicamentos antirretrovirais para reduzir o risco de passar o vírus para os seus bebés.
Ainda segundo os dados do UNICEF, actualmente as crianças moçambicanas têm mais probabilidade de viver para além do seu quinto aniversário do que há vinte anos, mas as taxas de mortalidade continuam altas.
Apesar de reconhecer a precariedade em que vivem a maioria das crianças moçambicanas, o UNICEF afirma que o acesso melhorado ao planeamento familiar e a cuidados pré-natais, particularmente nas zonas rurais, está a ajudar a salvar a vida das mulheres e das suas crianças.
A mortalidade materna baixou para 408 por 100.000 nados-vivos, e a mortalidade infantil baixou para 152 por 1.000 nados-vivos.
No seu “site” na internet o UNICEF explica que a probabilidade de uma criança moçambicana sobreviver a uma doença está relacionada com o nível de educação da mãe.
Por exemplo, 97% das crianças cujas mães têm educação secundária ou superior recebem terapia de rehidratação oral, um meio eficaz de tratar a desidratação resultante da diarreia, em comparação com 65% das crianças cujas mães não foram à escola. A diarreia é outra das causas principais da mortalidade infantil e um resultado do fraco acesso da população à água e a saneamento seguro e adequado.
A malnutrição é uma causa subjacente principal da mortalidade infantil. Cerca de 41% das crianças sofre de malnutrição crónica.
Dois terços das crianças entre os 6-59 meses de idade têm uma deficiência de Vitamina A, uma condição que as torna mais susceptíveis a doenças infecciosas.
Acesso deficitário ao Sistema de Educação
O UNICEF diz que, em Moçambique, as crianças têm agora mais oportunidade para aprender do que antes. Actualmente, 83% das crianças estão matriculadas na Escola Primária, uma subida em relação aos 32% de 1992. O número de Escolas Primárias e Secundárias triplicou, e são recrutados 3500 novos professores todos os anos, desde 1992.
As propinas escolares foram abolidas em 2004, e foi introduzido um programa de apoio directo às escolas.
O UNICEF considera que os investimentos na qualidade da Educação  não conseguiram acompanhar a expansão do sistema escolar. Muitas escolas ainda não  possuem condições favoráveis para as crianças. No Ensino Primário do 1º Grau, há uma média de um professor para cada 74 alunos, e apenas 58% dos professores, neste nível, têm formação.
Cerca de 70% das escolas não têm água e latrinas separadas para os rapazes e as raparigas. Mais de metade das crianças em idade escolar desiste da escola antes de concluir a 5.ª classe, e persistem desigualdades em termos de acesso à Educação, conforme a zona de residência da criança, conforme se é um rapaz ou uma rapariga e conforme o nível de pobreza do agregado familiar.
Nas famílias mais pobres, por exemplo, apenas 39% das raparigas, em comparação com 52% de rapazes, frequenta a escola. Cerca de 650.000 crianças, que deveriam estar na escola, não estão.
O número limitado de professoras – no Ensino Primário do 2.º Grau, apenas 23% dos professores são mulheres – significa que as raparigas não têm frequentemente exemplos a seguir, que as possam encorajar a continuar e a completar os seus estudos. (Eugénio da Câmara)

Fonte: CanalMOZ

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