MDM diz que já conhecia o plano dos traidores

Daí a razão de terem sido expurgados dos órgãos de gestão
- E anota que o partido tem quadros disponíveis que nos próximos dias serão anunciados como cabeças de lista em Maputo, Tete e Quelimane
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) diz que, há bastante tempo, conhecia o “plano maquiavélico” de renúncia ao partido e consequente filiação ao partido Renamo que estava a ser preparado pelo então membro e relator da bancada parlamentar do “galo” na Assembleia da República, Venâncio Mondlane; do então membro e ainda Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Quelimane, Manuel de Araújo, e ainda de Ricardo Tomás, então membro e ainda deputado da Assembleia da República pelo partido liderado por Daviz Simango.
Para provar o entendimento de que há muito os três ex-membros estavam nos radares de controle e monitoria interna, o partido diz, por exemplo, que o facto de os três terem sido expurgados dos órgãos de gestão do partido, incluindo a remoção da Comissão Política não foi uma decisão casual, mas sim resultado do cruzamento de informações que davam como certo o complot político que estava a ser engendrado pelos três.
Mas a lista, de acordo com o Secretário-Geral do Movimento Democrático de Moçambique, José Domingos Manuel, não pára por aqui. É extensa. Outros deverão seguir nos próximos tempos, “tanto que já estão a ser obrigados pelos pares” que já debandaram para a Renamo no sentido de seguirem o mesmo caminho. “Mesmo que agora não queiram… estão a ser obrigados pelos amigos no sentido de seguirem o mesmo caminho, tal como haviam combinado” – denunciou José Domingos, para quem, em nenhum momento, o MDM foi apanhado de surpresa.
“Nunca foi surpresa. Não foi nenhuma surpresa. O MDM estava já precavida desta situação” – disse, acrescentando que os contactos com a Renamo vinham já há anos e, há muito, o partido percebeu isso, daí a razão de boa parte deles ter sido expurgado dos órgãos de gestão

Venâncio Mondlane, recorde-se, deixou de ser membro da Comissão Política na última reunião da Comissão Nacional do partido, que teve lugar em Abril último. “Como estavam a fazer, o comportamento de muitos já não dava. O partido percebia de todos os movimentos que esses estavam a fazer. Para ver que o partido estava atento, logo depois da reunião do Conselho Nacional, muitos quadros deixaram de exercer funções de chefia. Era exactamente por essa atenção que nós tínhamos” – apontou, defendendo que as medidas eram necessárias, sob o risco de, a esta hora, ter de aparecer um membro da Comissão Política a colocar o lugar à disposição.
Sobre a possibilidade de, vendo a situação, encontrar meio-termo de reverter a possibilidade de fuga de quadros, o Secretario Geral do MDM disse que o mesmo era já impossível na medida em que se percebeu que a ideia do grupo era mesmo destruir o MDM.
“Até porque levaram anos a preparar. Percebemos que a negociação não era de hoje, mas de ontem e fomos a tempo de descobrir a tempo e tomarmos decisões importantes” – avançou o Secretário Geral do MDM.
Para os lugares de cabeça de lista nas cidades de Maputo, Tete e Quelimane, cujos elementos previamente escolhidos, debandaram para a Renamo, o MDM diz que “muito brevemente iremos anunciar os candidatos, pois o partido tem muitos quadros disponíveis”.
MEDIAFAX – 23.07.2018

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