PR arranja saída para gaffe da bancada da Frelimo na AR
Nyusi arranja saída para "gaffe" da bancada da Frelimo na AR*
*A bancada parlamentar da Frelimo na AR, ao condicionar a alteraçao da lei sobre as autarquias ao avanço nas negociaçoes de assuntos militares entre o governo e a Renamo, após alteraçoes da constituiçao da república, tinha se ensartado em benco sem saida. O PR saiu em socorro da bancada so seu partido e agendou um encontro com o coordeandor nacional da Renamo, para criar argumento de reconvocar a sessao extraordinaria da AR que a bancada da Frelimo havia cancelado.
Quarenta
e oito horas depois do encontro entre o Presidente da República, Filipe
Nyusi, e o líder interino da Renamo, Ossufo Momade, a Comissão
Permanente (CP) da Assembleia da República (AR) deu sinais de que, por
via disso, o desentendimento entre a Frelimo e a Renamo está, por
enquanto, ultrapassado e marcou-se a sessão extraordinária, para
apreciação e aprovação da nova lei eleitoral, para esta quarta e
quinta-feira (18 e 19).
A
sessão extraordinária foi adiada há 26 dias, porque a bancada
parlamentar maioritária, a Frelimo, exigia que a nova legislação
eleitoral, a ser conformada à revisão pontual da Constituição [aprovada
pela Lei no. 1/2018, de 12 de Junho], fosse aprovada em simultâneo com o
processo de desarmamento, desmobilização e reintegração em actividades
sócio-económica dos homens armados da Renamo.
Mateus
Katupha, porta-voz da CP, disse que a Frelimo, a Renamo e o Movimento
Democrático de Moçambique (MDM) analisaram o que ditou o adiamento da
sessão extraordinária, antes prevista para 21 e 22 de Junho, e chegaram à
conclusão de que “havia condições” para a mesma acontecer “nos dias 18 e
19 de Julho corrente (...)”.
A
fonte falava numa reunião que foi convocada para apreciar o pedido de
autorização de Filipe Nyusi, para efectuar uma visita de estado ao
Ruanda. A não aprovação do novo pacote eleitoral pela AR forçou a
Comissão Nacional de Eleições (CNE) a suspender a recepção de
candidaturas, que devia acontecer de 05 a 27 de Julho corrente, por
ausência de uma “lei processual ou mesmo de uma lei supletiva para
operacionalizar os comandos constitucionais introduzidos pela revisão
pontual da Constituição”.
Neste
contexto, até a realização da aguardada sessão extraordinária, o
processo de candidaturas registará um atraso de duas semanas, ou seja,
estará a oito dias do fim, o que torna o calendário eleitoral cada vez
mais apertado. Por via disso, várias correntes de opinião começaram a
equacionar a possibilidade de as eleições autárquicas não acontecerem no
dia 10 de Outubro próximo.
Importa
salientar que, numa visita presidencial ao distrito de Namarrói,
província da Zambézia, Filipe Nyusi disse que a lei eleitoral e a
matéria militar constituem “dois processos que andam juntos e não podem
ser separados”, fundamentalmente porque já é altura de dar um basta a
eleições “condicionada pelas armas”.
Assim,
o que paira, neste momento, é que o novo pacote eleitoral irá avançar
primeiro, seguindo-se, depois, o desarmamento, a desmobilização e a
reintegração em actividades sócio-económica dos homens armados da
Renamo.
Ainda
sobre o encontro entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade, na última
quarta-feira (11), na cidade da Beira, província de Sofala, ficou
acordado que o maior partido da oposição em Moçambique deverá, dentro de
10 dias, apresentar ao Governo a lista dos oficias a serem incorporados
nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da
República de Moçambique (PRM).
No
mesmo prazo, as partes devem indicar o seu pessoal a integrar a
Comissão de Assuntos Militares e os Grupos Técnicos Conjuntos, para
efectivação o desarmamento, desmobilização e reintegração.
@VERDADE – 16.07.2018
*sublinhado e título da autoria do blog
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