Mulheres obrigadas a manterem relações sexuais para receberem donativos
Uma reportagem do Jornal de Notícias em Moçambique mostra como numa aldeia a 80 quilómetros da Beira há mulheres a ser forçadas a atos sexuais para receberem os donativos.
A reportagem acompanha a história de uma mulher, mãe de três filhos entre os 2 e os 12 anos de idade, e cuja identidade foi ocultada, que já foi violada pelo menos três vezes por um dos chefes da aldeia de Lamego (a cerca de 80 quilómetros da cidade da Beira, a localidade mais afetada pelo ciclone), como contrapartida para receber um saco de 10kg de arroz — único alimento que ela e os filhos têm comido nas últimas semanas.
Segundo o JN, os donativos que têm chegado a Moçambique através de Governos e organizações não governamentais são distribuídos pelos chefes das aldeias, a quem cabe realizar essa tarefa. É nesse nível que se estão a registar vários casos de corrupção. Haverá inclusivamente uma grande quantidade de bens a serem desviados para mercearias, que cobram pelos produtos alimentares.
Os chefes das aldeias, de acordo com a reportagem, são quem decide quem tem direito aos donativos, e é frequente que várias mulheres sejam deixadas sem acesso a comida. “Tu não. Tu não levas comida. Vai para casa. Eu depois logo chego lá e dou o saco a você”, terá dito um chefe da aldeia àquela mulher num dia desta semana. Nesse dia, foi a casa da mulher e violou-a, deixando-lhe depois o saco de arroz.
Várias mulheres da aldeia relataram ao Jornal de Notícias situações semelhantes, inclusivamente com uma menor de 14 anos. “Exigem sexo com a menina em troca de sacos de 10 quilos de feijão ou de arroz”, disse uma mulher àquele jornal.
Questionado pelo JN, o chefe da aldeia negou todas as acusações e assegurou que nenhum donativo foi vendido.
O ciclone Idai, que atingiu Moçambique no início de março, causou mais de 600 mortes naquele país. Há ainda muitas pessoas desaparecidas e estima-se que 1,5 milhões de pessoas tenham sido afetadas diretamente pelo mau tempo — perdendo casas, bens e terrenos.
Segundo o JN, os donativos que têm chegado a Moçambique através de Governos e organizações não governamentais são distribuídos pelos chefes das aldeias, a quem cabe realizar essa tarefa. É nesse nível que se estão a registar vários casos de corrupção. Haverá inclusivamente uma grande quantidade de bens a serem desviados para mercearias, que cobram pelos produtos alimentares.
Os chefes das aldeias, de acordo com a reportagem, são quem decide quem tem direito aos donativos, e é frequente que várias mulheres sejam deixadas sem acesso a comida. “Tu não. Tu não levas comida. Vai para casa. Eu depois logo chego lá e dou o saco a você”, terá dito um chefe da aldeia àquela mulher num dia desta semana. Nesse dia, foi a casa da mulher e violou-a, deixando-lhe depois o saco de arroz.
Várias mulheres da aldeia relataram ao Jornal de Notícias situações semelhantes, inclusivamente com uma menor de 14 anos. “Exigem sexo com a menina em troca de sacos de 10 quilos de feijão ou de arroz”, disse uma mulher àquele jornal.
Questionado pelo JN, o chefe da aldeia negou todas as acusações e assegurou que nenhum donativo foi vendido.
O ciclone Idai, que atingiu Moçambique no início de março, causou mais de 600 mortes naquele país. Há ainda muitas pessoas desaparecidas e estima-se que 1,5 milhões de pessoas tenham sido afetadas diretamente pelo mau tempo — perdendo casas, bens e terrenos.
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