Tentativas de manipulação marcam votação em Moçambique
Milhões de
moçambicanos exerceram hoje o seu direito de voto num processo marcado por alegações
de manipulação a favor do partido no poder, Frelimo.
As principais
queixas foram levantada pela oposição Renamo, que diz ter detectado casos de
enchimento de urnas com votos a favor da Frelimo, nas províncias de seu
domínio.
A manipulação é
alegadamente levada a cabo por indivíduos ligados ao processo de votação,
incluindo observadores nacionais.
O Centro de
Integridade Pública (CIP) reporta, por exemplo, que, em Angoche, Nampula, “foi
encontrado um cidadão com 27 boletins de votos fora da Assembleia da Voto”,
junto à Escola Eduardo Mondlane.
Também segundo o
CIP, em Mopeia, Zambézia, “foi encontrada uma escrutinadora de nome Selma
Francisco com boletins de votos pré-marcados para a Frelimo”.
Na mesma
província, mas no distrito de Namarrói, “foi encontrado um observador da Joint
com 9 boletins de votos pré-marcados a favor da Frelimo”.
Foram também registados
actos de manipulação na Escola Completa do Wimby, Pemba, Cabo Delgado, onde
dois elementos de assembleias de votos foram vaiados e escorraçados pelos
eleitores por insistirem em recomendar a votação a favor do candidato da
Frelimo.
Tecnicamente a
votação terminou às 18:00 horas, e conforme as regras, deve de imediato iniciar
o apuramento de resultados.
Neste processo,
há o dilema de energia eléctrica. Em Pemba, por exemplo, postos de votação sem
energia eléctrica, como o da Escola Primária do Wimbi e outra de Paquitequete
A.
Lanternas e
candeeiros na contagem de votos
Na Escola
Primária do Wimbi, os últimos minutos da votação, foram com recurso a
candeeiros e lanternas. A contagem nesse cenário por influenciar a viciação,
dizem críticos do processo.
A situação não é
exclusiva de Pemba. Noutras regiões do país há cenários semelhantes.
No balanço
preliminar da votação, o chefe da autoridade eleitoral, Felisberto Naife, disse
que no território nacional e diáspora estiveram em funcionamento 20,162 mesas
de votação.
Naife disse que
sete mesas não estiveram em funcionamento, por causa da insurgência, nos
distritos de Muidumbe, Mocímboa da Praia e
Macomia, Cabo Delgado.
Inicialmente fora
anunciado que tal iria impedir, pelo menos, 5400 eleitores de exercer o direito
de votos.
Não há ainda uma
estimativa oficial dos que votaram, mas analistas falam em, pelo menos, 50 por
cento de um universo de cerca de 13 milhões.
VOA – 15.10.2019
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