MDM já submeteu na PGR notificação contra STAE e CNE


O Movimento Democrático de Moçambique submeteu hoje, um pedido de auditoria ao STAE e a CNE, por alegadamente terem sido promotores de uma fraude no dia 15 de Outubro, a favor da Frelimo e seu candidato, Filipe Nyusi.
A decisão consta da deliberação avançada pela Comissão Política (CP) do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), de não aceitar os resultados das eleições gerais de Outubro passado, assim como notificar os órgãos de gestão eleitoral, nomeadamente, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE). 
No seu entender, estes dois órgãos agiram como “bons pastores da fraude”, frase entre aspas usada pelo presidente do partido, Daviz Simango, aquando da sessão ordinária da CP do “galo”, em Maputo.
No ofício que submeteram à Procuradoria-geral da República (PGR), o partido sustenta como um dos factos, o “enchimento deliberado de voto nas urnas previamente votados pelos presidentes das mesas de votação” e, igualmente, fala de “eleitores pré-definidos a favor do partido no poder e seu candidato presidencial”.
Questionado se acredita que o pedido de auditoria será procedente, visto que não é o primeiro da natureza a ser submetido e a não conhecer avanços, Augusto Pelembe que dirigiu a comitiva disse esperar que a PGR “não se comporte como uma célula da Frelimo, mas que possa agir como guardiã da legalidade”.
“Cabe a eles demonstrarem ao país que nós estamos num Estado de Direito, e também que são uma instituição pública que serve os interesses nacionais e não de um grupo de pessoas”, expressou Pelembe.
O MDM diz não ter inquietações apenas com as eleições passadas. As recentes informações sobre os 10 milhões de dólares das dívidas ocultas, alegadamente recebidos pela Frelimo, também preocupam o partido.
“Na nossa opinião, o silêncio da Frelimo é de cumplicidade. Por isso, exigimos a PGR que rapidamente possa coloca-la no banco dos réus”, declarou Pelembe justificando: “são várias pessoas que receberam estes valores e que estão detidas. A Frelimo como instituição, também deve responder”.
As declarações do MDM acontecem depois de a Renamo ter igualmente condenado, na segunda-feira, o pagamento de 38 milhões de dólares à dívida da Ematum.

O PAÍS – 05.11.2019

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