Moçambique afunda mais 5 posições no ranking mundial de democracia
O nosso país
voltou a afundar no ranking mundial de democracia, da posição 115 para 120.
Desde 2016 que Moçambique está entre os Estados considerados “autoritários”. No
último ano do seu 1º mandato o Presidente Filipe Nyusi desvalorizou este índice
da publicação inglesa “The Economist” afirmando “há algumas pessoas que
consideram a Democracia quando ganha aqueles que eles gostariam”.
No ano em que foi
assinado o 3º Acordo de Paz, entre o Governo e o partido Renamo, e
realizaram-se as 6ªs eleições presidenciais e legislativas, assim como as 3ªs
das assembleias provinciais, ganhas por larga vantagem pelo partido Frelimo e
os seus candidatos, a democracia no nosso país ficou pior segundo o instituto
Economist Intelligence Unit, ligado à revista britânica “The Economist”.
O ranking mapeia
60 indicadores económicos, políticos e sociais divididos em cinco categorias
para avaliar os tipos de democracias vigentes no mundo.
Moçambique caiu
muitos pontos nos quesitos de “processo eleitoral e pluralismo” (obteve 2,58
comparativamente aos 4,42 de 2015), “funcionamento do governo” (obteve 2,14
comparativamente aos 3,57 de 2015), “cultura política” (obteve 5
comparativamente aos 5,63 de 2015), “participação política” (obteve 5
comparativamente aos 5,56 de 2015). O quesito menos mau é das “liberdades
civis” onde o nosso país regrediu de 3,82 em 2015 para 3,53.
A verdade é que
desde 2008 Moçambique está em queda livre neste no ranking mundial de
democracia, em 2015, quando Filipe Nyusi tornou-se Chefe de Estado, o nosso
país estava na posição 109 e estava no grupo dos “regimes híbridos”.
Em 2018 o nosso
país afundou para o grupo dos 54 “regimes autoritários”, a par de Angola,
Iraque, Palestina, Mauritânia, Gabão, Myanmar ou Nicarágua.
Entre os 44
países da África Sub-sahariana, liderados pelas Maurícias, Botswana e Cabo
Verde, Moçambique quedou-se na posição 25 apenas à frente da Etiópia, Togo,
Níger, Ruanda, Zimbabwe, Comoares, eSwatini, Guiné Conacry, Congo, Camarões,
Djibouti, Guiné-Bissau, Eritreia, Burundi, Guiné-Equatorial, Tchad, República
Centro Africana e República Democrática do Congo.
“Há algumas
pessoas que consideram a Democracia quando ganha aqueles que eles gostariam”
Confrontado com
este ranking, durante uma entrevista que concedeu à Rádio e Televisão
Portuguesa, no ano passado, o Presidente Filipe Nyusi declarou: “Os estudos são
feitos em função da amostra que a pessoa colhe a informação, depende de que
amostra foi. Ou então há algumas pessoas que consideram a Democracia quando
ganha aqueles que eles gostariam, eu não sei qual era a preferência deles para
que ganhasse para se considerar um país mais democrático”.
Diante da
insistência das jornalistas portuguesas que o índice de democracia elaborado anualmente
pelo instituto Economist Intelligence Unit e tem a ver com as liberdades civis
o Chefe de Estado moçambicano reagiu: “Mas o que eu disse é preciso ter em
conta, se vocês querem ser transparentes também tem que avaliar qual é a fonte
e qual é a amostra que foi feita para se chegar a conclusão que é ou não
democrático, e qual o que toma em conta para o grau de classificação”.
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