Que faz presidente eleito por percentagens Norte-Coreanas!



Esta semana ficámos a saber, com uma elevada dose de desconforto, que o anterior Governo de Filipe Nyusi gastou mais de cem milhões de meticais para pagar aos advogados sul-africanos que lutam pelo repatriamento de Manuel Chang. Isto é bastante preocupante, sobretudo quando o chefe desse Governo que cometeu essa trapalhada é o mesmo- empossado esta quarta-feira- que vai comandar os destinos deste País nos próximos cinco anos.
Ocorre-nos dizer que, definitivamente, há uma deliberada desorganização política do Governo, causada por um Presidente cada vez mais desinteressado de suas tarefas políticas e institucionais. Desde quando o resgate de Manuel Chang é uma prioridade a tal ponto de se gastar os parcos recursos que o Estado tem?
Procura-se um Presidente! A maneira de agir de Filipe Nyusi, não revela um líder político, mas, sim, um chefe de uma quadrilha de criminosos habituado a espezinhar tudo e todos para alcançar objectivos que confortem o seu umbigo. Por exemplo: moçambicanos estão a morrer em Cabo Delgado e na zona centro do País, mas o Presidente parece dar mais atenção a questiúnculas que fazem alegria dos seus camaradas, como esta do resgate de Manuel Chang.
E o Presidente, nesse sentido, parece ter abdicado de governar para todos. Os problemas avolumam-se de forma preocupante e o Presidente mostra-se alheio a eles, movendo-se ao sabor dos seus camaradas como se disso derivasse a sua força e não a sua fraqueza, como de facto acontece. É triste que volvidos cinco anos- está no segundo mandato-, o Presidente ainda não entenda a natureza da função para a qual foi escolhido pela maioria dos eleitores.
Filipe Nyusi drena as energias do País ao concentrar-se em temas de pouca relevância, mas com o potencial de causar tumultos, como é o caso do resgate de Manuel Chang. Na condição de Presidente da República, no entanto, Filipe Nyusi devia saber que as suas trapalhadas adquirem enorme peso institucional pois ele representa o Estado moçambicano, razão pela qual devia deixar para a família de Manuel Chang o pagamento de um milagroso advogado que o consiga resgatar das goelas da prisão de Modderbbee, antecâmara daquilo que o vai acontecer na cela que o espera em Nova Iorque.
Essas trapalhadas causam desconforto para o País, ainda mais quando trazidas à tona por um Presidente “reeleito” com percentagens norte-coreanas e que jurou tudo fazer para o bem da nação. Talvez seja imperioso admitir que esse Presidente seja indiferente ao que diz e faz. Ou seja, acredita, piamente, no trocadilho de palavras. É como quem afirma uma coisa de manhã e ao fim do dia diz outra.
(Laurindos Macuácua)

*Título do blog

DN – 17.01.2020


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