Empresário abandona Moçambique devido a ameaças de rapto e extorsão
CTA classifica
crimes contra empresários como travão ao investimento
O empresário e
filantropo indiano Rizwan Adatia, que esteve raptado durante 21 dias em maio,
abandonou Moçambique depois de continuar a receber ameaças de extorsão e de ser
novamente raptado, disse ontem à Lusa fonte próxima da vítima.
Empresário
abandona Moçambique devido a ameaças de rapto e extorsão.
A fonte avançou
que Rizwan Adatia deixou Maputo com a família para a Índia.
"Mesmo
depois de ter sido libertado, ainda era ameaçado, com exigências de que teria
de pagar se quisesse continuar em liberdade", declarou a mesma fonte.
Rizwan Adatia vai
avaliar o futuro dos seus negócios e das ações humanitárias que desenvolve em
Moçambique, face à insegurança.
Após 21 dias de
cativeiro, as autoridades libertaram-no em maio, num bairro do distrito de
Boane, província de Maputo.
O empresário é
patrono e financiador da Adatia Foundation, uma entidade que participa em 18
parcerias estratégicas que beneficiam 740.700 pessoas em África e na Ásia.
Além da fundação,
Rizwan Adatia lidera o grupo Cogef, sediado em Maputo, com 35 supermercados
grossistas, 190 lojas, quatro unidades industriais e mais de 3.500 funcionários
em nove países africanos.
No mesmo dia em
que Adatia foi libertado, um outro empresário Manish Cantilal foi libertado,
depois de pouco mais de um mês em cativeiro.
Um outro caso
ocorreu pouco tempo depois: no final de junho, Kauchal Pandia, filho do
proprietário de uma conhecida loja de venda de tecidos de Maputo foi raptado no
centro da capital e desde então não se conhecem desenvolvimentos em relação ao
caso.
Em 2014, o pai da
vítima, Kishoor Chootalal, foi raptado em Maputo por quatro homens armados,
tendo sido libertado algumas semanas depois, em circunstâncias que nunca foram
esclarecidas.
Desde o início de
2020, as autoridades moçambicanas registaram um total de oito raptos, cujas
vítimas são sempre empresários ou seus familiares.
Após uma onda de
raptos nas principais cidades moçambicanas, que teve o pico entre 2012 e 2013,
o número de casos caiu nos últimos anos, mas voltou a subir desde o início do
ano.
LUSA – 28.07.202
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