Nova vulnerabilidade em chips da Qualcomm expõe mais de 80% dos dispositivos móveis em Moçambique a severos riscos
Se
explorada com sucesso, a vulnerabilidade permite ao atacante aceder a
mensagens, áudio e conversas telefónicas
6 de maio de
2021, Maputo, Moçambique – A Check Point Research (CPR), área de Threat
Intelligence da Check Point® Software Technologies Ltd. (NASDAQ: CHKP), fornecedor
líder especializado em soluções de cibersegurança a nível global,
identificou uma vulnerabilidade de segurança na gama de chips Mobile Station
Modem (MSM) da Qualcomm, incluindo a versão 5G. Presente em quase 40% de todos
os telemóveis do mundo, os MSM da Qualcomm estão na maioria dos dispositivos
Android – até nos topo de gama, de marcas como a Google, Samsung, LG, Xiaomi e
OnePlus. Em Moçambique, dados de abril de 2021 indicam que 85%
dos telemóveis têm o Android como sistema operativo. O chip é responsável pela
comunicação móvel destes dispositivos, encarregando-se ainda de funcionalidades
como a gravação de alta definição.
A
vulnerabilidade de segurança permitiria que um atacante injetasse um código
malicioso no chip MSM da Qualcomm, partindo do próprio sistema operativo
Android. Depois, dar-lhe-ia acesso ao histórico de chamadas e SMS, permitindo
ainda que o hacker ouvisse as conversas telefónicas do utilizador. Além disso,
o atacante poderia desbloquear o SIM do dispositivo, ultrapassando, assim, as
limitações impostas pelos fornecedores.
Sistema
operativo Android, a porta de entrada
Os chips MSM
da Qualcomm têm 2 interfaces primárias:
- Chip comunica com a rede móvel, como o 5G
- Chip comunica com o sistema operativo Android
A maior parte
dos esforços, tanto de cibercriminosos, como de especialistas de segurança,
procuram utilizar indevidamente o chip MSM da Qualcomm do lado da rede móvel.
Contudo, a última investigação da Check Point Research focou-se na segunda
interface, comprovando que o sistema operativo Android pode ser um ponto de
entrada para o MSM.
A app
maliciosa que fica invisível
Se explorada
com sucesso, a vulnerabilidade revelada pela CPR pode permitir a qualquer
aplicação maliciosa esconder a sua atividade no âmbito dos próprios chips,
tornando-a completamente invisível para o sistema operativo Android ou
quaisquer que sejam as medidas de segurança que este tenha. Por outras
palavras, assumindo que o telemóvel está infetado com uma aplicação maliciosa,
esta pode tirar proveito da falha de segurança para “esconder” grande parte das
suas atividades, “debaixo” do sistema operativo do próprio chip.
“Chips para
dispositivos móveis são frequentemente considerados bens preciosos para os
ciberatacantes, especialmente os fabricados pela Qualcomm. Um ataque aos chips
da Qualcomm tem o potencial de afetar centenas de milhões de telemóveis no
mundo,” começa por dizer Yaniv
Balmas, Head of Cyber Research at Check Point Software Technologies. “Ainda assim, pouco ou nada se sabe
sobre as vulnerabilidades destes chips, devido à dificuldade no seu acesso e
inspeção. Acredito que a nossa última investigação seja um enorme salto nesta
área, uma vez que tem sido historicamente difícil para os especialistas de
segurança inspecionar o código do modem. A nossa esperança é que a nossa
investigação possa abrir portas para que outros especialistas possam ajudar a Qualcomm
e outros fornecedores a criar chips melhores e mais seguros. Para os
utilizadores de Android, a minha mensagem principal é que atualizem os sistemas
operativos dos seus dispositivos.”
Dicas de
segurança para os utilizadores de Android
- Tenha sempre o sistema operativo atualizado. Os
dispositivos móveis devem estar sempre protegidos com a última versão do
sistema operativo para que a exploração de potenciais vulnerabilidades
seja prevenida.
- Utilize apenas fornecedores de aplicações
oficiais. Instalar apps partindo apenas de fornecedores oficiais reduz a
probabilidade de descarregar um malware móvel.
- Possibilite a limpeza remota. Ative esta
funcionalidade no seu telemóvel para que a probabilidade de perder dados
sensíveis seja minimizada.
- Instale uma solução de segurança no seu
dispositivo.
A equipa da
Check Point Research fez chegar as suas conclusões à Qualcomm, que confirmou o
problema, notificando os respetivos fornecedores. A vulnerabilidade recebeu a
seguinte classificação: CVE-2020-11292.
-FIM-
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é um fornecedor líder em soluções de ciberseguraça para governos e empresas a
nível mundial. O portfolio Infinity de soluções da Check Point protege empresas
e organizações públicas de ciberataques de 5ª geração com um índice de captura
de malware, ransomware e outros tipos de ataques líder no mercado. O Infinity é
composto por três pilares principais, que proporcionam segurança total e
prevenção contra ameaças da geração V em ambientes corporativos: a Check Point
Harmony para utilizadores remotos; a Check Point CloudGuard para proteger
automaticamente os ambientes cloud; e o Check Point Quantum, para proteger
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