"E enquanto a Frelimo continuar a ser isto: um grupo de parasitas que vive do sangue do povo, o País não vai melhorar

"E enquanto a Frelimo continuar a ser isto: um grupo de parasitas que vive do sangue do povo, o País não vai melhorar" EUREKA por Laurindos Macuácua Cartas ao Presidente da República (91) Tudo bem, Presidente? Hoje vou começar por lhe fazer esta simples, mas desafiadora, pergunta: está feliz com o País que a Frelimo está a construir desde 1975? Pergunto-lhe isso porque o senhor é que é, agora, o representante máximo dessa Frelimo que nos “guia” há 47 anos. A mim, me parece que estamos perante uma gigantesca farsa. Desde 1975. É que sem reformas internas na própria Frelimo (qual cicerone aldrabão), sem uma profunda reflexão sobre como o nosso sistema político funciona, nenhum passo iremos dar em direcção certa. Continuaremos a titubear. A dar um passo para frente e cinco para trás. Continuaremos a arranjar pretextos para culpar este ou aquele quando nós é que não fizemos o trabalho que nos propomos fazer. É disso sintomática a questão do terrorismo que devasta Cabo Delgado. Como ser honesto num país de desonestos? Esta é que é, definitivamente, a difícil tarefa. Sobretudo quando quem devia servir como exemplo de ética, de honestidade, é um parasita travestido de ser humano que, estrategicamente, foi alçado à categoria de autoridade e na mão de quem se coloca uma caneta apta a cometer os crimes sobre os quais sucumbimos todos os dias como povo. A burocracia, que deveria “proteger” o Estado da corrupção, é utilizada justamente para favorecê-la e atrapalhar a vida do cidadão, o que permite a vagabundos vender facilidades para o seu contorno. Os Mutotas, sentados todos os dias ali na tenda gigante da BO (naquela farsa de julgamento), são como que um “makeup” com que o regime se serve para disfarçar os seus indisfarçáveis crimes. Ali julga-se, ou devia se julgar, a captura do Estado pelas elites políticas. Os 19 arguidos representam algo bem maior que eles todos: um sistema de governação que permitiu- ainda permite- que fidelidades partidárias, clientelismo e acesso a oportunidades fomentassem a captura do Estado pelas elites políticas. A imprensa nos mostra diariamente o bacanal que é feito com o dinheiro público! E enquanto a Frelimo continuar a ser isto: um grupo de parasitas que vive do sangue do povo, o País não vai melhorar. É por isso que comecei esta carta com a pergunta acima retromencionada. Assim continuará a caminhar o moçambicano se não se adoptar atitudes eficazes para mudar a situação que parece ser a “normal”. Não é. Devíamos agir, denunciar, expor e execrar os vadios achacadores dos cofres públicos e contribuir para que eles sejam colocados atrás das grades, além de escrever seus nomes no rol dos culpados para que toda a sociedade os reconheça e também os defenestre do seu seio. Os cidadãos de bem, neste País, são em muito maior número do que os bandidos abjectos. Mas sucumbem, desgraçadamente, por algum motivo ainda inexplicável. Ou muito bem explicável, do ponto de vista histórico, se se analisar a (má) formação da sociedade moçambicana, sob a batuta da Frelimo. É de dar dó. Aqui cabe um ditado popular desafiador: “pau que nasce torto nunca se endireita? DN – 21.01.2022

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