NATO esteve pronta para atacar a Rússia

Rússia esteve a 150 metros de acionar Artigo 5 da NATO” após míssil ter caído perto de Zelensky e Mitsotakis, refere político americano Por Francisco Laranjeira 13:08, 7 Mar 2024 A Rússia “esteve a 150 metros” de provocar uma resposta coletiva da NATO: o ataque com um míssil, esta quarta-feira, que atingiu perto de um comboio que transportava o primeiro-ministro grego e o presidente da Ucrânia, em Odessa, no sul da Ucrânia, poderia ter ativado o famoso Artigo 5 da aliança atlântica, garantiu Adam Kinzinger. O republicano de Illinois comentou a proximidade do ataque russo a Kyriakos Mitsotakis e Volodymyr Zelensky: o primeiro-ministro grego referiu que tanto ele como a sua comitiva “ouviram o som de sirenes e explosões que ocorreram perto de nós”, acrescentando que “não tivemos tempo de chegar a um abrigo”. O presidente ucraniano frisou que a Rússia “não se importa onde ataca” – o ataque terá causado a morte a cinco pessoas. Há relatos divergentes sobre a proximidade do míssil, com os media gregos a garantir que foi a 150 metros, enquanto a ‘CNN’ referiu ter sido a 500 metros. Zelensky viaja frequentemente para as linhas da frente, mas o ataque desta quarta-feira pode ser um dos desafios mais difíceis que enfrentou, especialmente dada a proximidade do ataque com Mitsotakis, líder de um país NATO. Embora o ataque tenha ocorrido na Ucrânia, que não é membro da NATO, os utilizadores das redes sociais notaram que não era claro se o Artigo 5 poderia ser desencadeado pela presença de um membro da NATO numa zona de guerra. As forças russas atacaram a infraestrutura portuária em Odessa com um número não especificado de mísseis durante a visita dos dois líderes, destacou o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW). Embora os bloggers militares pró-Kremlin tenham associado o ataque com mísseis à visita de Zelensky à cidade, não ficou claro se o presidente ucraniano ou o primeiro-ministro grego eram os alvos. De acordo com o Ministério da Defesa russa, as forças de Moscovo lançaram um ataque com mísseis de alta precisão às 11h40 a um hangar no porto utilizado para preparar drones navais. “O alvo do ataque foi alcançado. O objeto foi atingido”, afirmou o Ministério da Defesa russo em comunicado, sem mencionar Zelensky ou Mitsotakis. UE condena ataque De acordo com o primeiro-ministro grego, as duas delegações estavam a entrar nos respetivos veículos quando ouviram as explosões. Um “lembrete vivido” de que Odessa está sob ataque da Rússia, disse. Uma coisa é ouvir falar de uma guerra, “outra é vivenciar a guerra em primeira mão”, acrescentou Mitsotakis. “A minha presença aqui reflete o respeito de todo o mundo livre pelo povo ucraniano e sublinha o compromisso da Grécia em permanecer do vosso lado”, vincou o chefe do Governo grego. Segundo Volodymyr Zelensky, os dois líderes discutiram que meios podem ser utilizados para “expandir o espaço de segurança do Mar Negro” e aumentar a proteção militar e civil. “Precisamos de mais defesa aérea”, vincou o presidente ucraniano. O presidente do Conselho Europeu e a presidente da Comissão Europeia já vieram condenar este ataque russo durante a visita de Zelensky e Mitsotakis à cidade. Charles Michel considera que este é “mais um sinal das táticas cobardes da Rússia” e que se trata de um ato “repreensível” que fica “abaixo mesmo dos padrões do Kremlin”. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, este foi um “vil ataque” dos russos. “Ninguém se deixa intimidar por esta nova tentativa de terror, certamente nem os dois líderes no terreno nem o corajoso povo da Ucrânia”, adiantou.

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