Mulher do presidente Câmara de Santo Tirso também detida pela PJ
A empresária
Manuela Couto, mulher do presidente da Câmara de Santo Tirso, junta-se ao
marido na lista das pessoas detidas hoje por corrupção, tráfico de influência e
participação económica em negócio, confirmou à Lusa fonte da Polícia Judiciária
(
Além de Manuela
Couto e do marido, de 68 anos, foram hoje detidos pela PJ, no âmbito de uma
operação com o nome de código "Teia", o presidente da Câmara
Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes, de 61 anos, e o presidente do
Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, Laranja Pontes, de 68 anos.
Na operação policial realizaram-se 10 buscas,
domiciliárias e não domiciliárias, nas zonas do Porto, Santo Tirso, Barcelos e
Matosinhos que envolveram dezenas de elementos da Polícia Judiciária -
investigadores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos,
bem como magistrados judiciais, magistrados do Ministério Público e
representantes de ordens profissionais.
A PJ desconhece
ainda quando é que os suspeitos vão ser presentes ao juiz de Instrução Criminal
para fixar as medidas de coação, mas confirmou à Lusa que os detidos estão a
acompanhar as buscas policiais nas câmaras e nas residências.
Em comunicado, a
Diretoria do Norte da PJ explica que a detenção está relacionada com "negócio
no âmbito de contratação pública" e resulta de "inquérito titulado
pelo Ministério Público -- Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do
Porto".
Em causa está
"a prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública
com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas, proporcionando vantagens
patrimoniais".
"A
investigação, centrada nas autarquias de Santo Tirso, Barcelos e Instituto
Português de Oncologia do Porto, apurou a existência de um esquema
generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos,
de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o
objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de
recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de
interesses de natureza particular", afirma a PJ.
A investigação,
adianta a PJ, "vai prosseguir para apuramento de todas as condutas
criminosas e da responsabilização dos seus autores"
No âmbito da
Operação Éter, o presidente da TPNP, Melchior Moreira, que foi detido a 18 de
outubro de 2018 pela Polícia Judiciária, continua a aguardar julgamento em
prisão preventiva no âmbito da investigação policial Operação Éter, enquanto
Manuela Couto, administradora de várias empresas, designadamente da agência de
comunicação W Global Communication (antiga Mediana), viu-lhe ser aplicada a
medida de proibição de contactos e uma caução económica de 40 mil euros.
Isabel Castro,
diretora operacional do Turismo do Porto e Norte de Portugal, ficou suspensa de
funções e com proibição de contactos e Gabriela Escobar, jurista daquela
entidade, ficou sujeita a proibição de contactos, e José Agostinho, da firma
Tomi World, de Viseu, ficou sujeito a proibição de contacto e uma caução
económica de 50 mil euros.
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