FIR dispara gás lacrimogénio e fere em Nampula*
As festividades dos 50 anos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique
(FADM) na cidade de Nampula foram manchadas pelo derrame de sangue de crianças
e adultos feridos em resultado do lançamento do gás lacrimogêneo e disparos de
balas de borracha pela Força de Intervenção Rápida (FIR), na sequência de
escaramuças protagonizadas por um grupo de supostos membros e simpatizantes da
Frelimo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
A confusão
começou quando uma caravana do MDM chegou à Praça dos Heróis Moçambicanos, na
zona militar da cidade de Nampula.
De repente,
assistiu-se a uma onda de provocações entre os elementos dos dois partidos.
Trata-se de uma situação que tem sido habitual. A FIR foi chamada para amainar
os ânimos mas agiu, descaradamente, a favor da Frelimo, disparando balas de
borracha e lançado gás lacrimogêneo.
Das vítimas,
constam estudantes do ensino secundário que se deslocaram àquele local para
fins académicos. Portanto, devido ao susto, várias pessoas perderam os sentidos
e entraram em pânico. Os feridos, graves e ligeiros, encontram-se a receber
cuidados no Hospital Central de Nampula (HCN).
Ao contrário do
que se esperava, a Praça dos Heróis Moçambicanos na cidade de Nampula tornou-se
num local onde só permaneceram os “camaradas”, pois a FIR desencadeou uma
"caça" aos membros do partido do galo.
A confusão foi de
tal sorte que Cidália Chaúque, governadora de Nampula, debandou-se tal como a
multidão, pese embora estivesse escoltada. Foi uma vergonha total ao invés de
festa. As pessoas corriam de um lado para o outro, enquanto os partidos
políticos mediam forças entre si.
Alguns elementos
daquele que é considerado o terceiro maior partido da oposição em Moçambique
eram perseguidos pela FIR e outros eram detidos pela Polícia de Protecção, que,
longe de garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas, procurava
beneficiar uma das partes.
Manuel Guimarães,
secretário permanente da província de Nampula, mostrou-se indignado com a
situação e lamentou o facto.
Enquanto isso,
Luís Massalo, um dos membros do partido Frelimo em Nampula, desdobrava-se, a
todo gás para inviabilizar o trabalho do @Verdade na colecta de informação.
“Eu controlo a
media cá em Nampula e vocês não vão fazer nada hoje... se não querem problemas
comigo é melhor que parem com as vossas entrevistas”, ordenou, repetidas vezes.
Porém, sem efeito.
@VERDADE – 25.09.2014
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