Eleições Gerais 2019: Filipe Nyusi agradece a inteligência Russa
Filipe Nyusi
pediu nesta quinta-feira (24) a ajuda de Vladimir Putin para que Moçambique
deixe fazer “parte de um modelo económico deliberadamente instituído para
perpetuar a transferência de matérias-primas e capitais”. Um dos assuntos
principais que o Presidente da República levou para a primeira Cimeira
Rússia-África foi a busca de novos empréstimos comerciais para financiar a
continuidade da ENH como acionista dos projectos de gás natural na Área 1 e 4
da Bacia do Rovuma.
Com as portas dos
bancos ocidentais praticamente fechadas devido as dívidas ilegais, diante da
relutância chinesa em novos financiamentos o Presidente Nyusi deslocou-se esta
semana à Sochi para fechar com o banco VTB a renegociação do empréstimo
inconstitucional da empresa Mozambique Asset Managment (MAM) e obter novos
empréstimos que permitam a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH)
libertar-se dos parceiros ocidentais nos projectos de gás natural da Bacia do
Rovuma.
“Senhor
Presidente Putin, a pujança económica e empresarial e a acumulada experiência
técnico científica da Rússia constituem uma base sólida para promoção de
parcerias mutuamente vantajosas em diferentes campos. Em Moçambique podemos
destacar os sectores de agricultura e agro-processamento, energia e
infra-estruturas, nomeadamente as ferrovias e portos, sector da indústria e
hidrocarbonetos, pescas, turismo, transportes e comunicações, entre outros”,
começou por afirmar o Chefe de Estado moçambicano na sessão plenária da
primeira Cimeira Rússia-África.
Em 2018 o volume
de exportações de Moçambique para a Rússia foi de 5,4 milhões de dólares
norte-americanos, 4,1 milhões em tabaco. O nosso país gastou 79,6 milhões de
dólares em importações russa, 64,1 milhões com a compra de trigo.
Nyusi disse que
“Com as empresas russas, apoiadas pelo seu Governo, podemos explorar a elevada
demanda de serviços para acelerar a diversificação das nossas economias e o
processo de transferência de tecnologias”.
“Queremos que os
nossos recursos sirvam efectivamente as nossas populações e não façamos parte
de um modelo económico deliberadamente instituído para perpetuar a
transferência de matérias-primas e capitais. Temos a consciência que não é um
percurso curto e que se faça queimando etapas”, pediu o Presidente Filipe
Nyusi.
Zona
industrial russa usando portos e caminhos de ferro moçambicanos
Para além de
agradecer a Putin pelas centenas de soldados que enviou a Moçambique para
combaterem o “Al Shabaab” e pelo apoio da inteligência russa na “retumbante”
vitória nas Eleições Gerais do passado dia 15, o @Verdade apurou que Filipe
Nyusi terá selado a renegociação da dívida comercial e ilegal da empresa MAM
com o VTB, que deixará de ter Garantia Soberana do Estado.
Além disso foram
dados passos importantes as negociações de financiamento comercial das
participações que a ENH precisa de concretizar para manter-se como accionista
do projecto de exploração de gás natural na Área 1 da Bacia do Rovuma, agora
liderado pela Total, e terá de realizar no próximo ano quando for tomada a
Decisão Final de Investimento no projecto onshore da Área 4 que é liderado pela
ExxonMobil.
Depois das ajudas
eleitorais e militar o interesse imediato da Rússia passa pelo uso do nosso
país como porta giratória de entrada e saída comercial com a África Austral
onde já não existem barreiras comerciais. O ministro do Comércio russo, Denis
Manturov, nomeou Moçambique como um dos países onde poderá ser edificada uma
zona industrial especial, daí a presença fundamental de Carlos Mesquita na
comitiva moçambicana que não só é o actual ministro dos Transporte e
Comunicações mais um importante empresário portuário e de transportes
rodoviários.
* título do blog
@VERDADE - 25.10.2019
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