Eleições Gerais 2019: "Pôncio Pilatos" lavou as mãos
“Não podemos em
sã consciência, lealdade à lei e sentido patriótico aprovar a farsa política que
nos é trazida aqui para chancelar”, dizem os oito membros da Comissão Nacional
de Eleições que hoje (25 de Outubro) votaram contra a aprovação dos resultados
das eleições. “Rejeitamos estes resultados porque os mesmos não reflectem
fielmente a vontade popular”. No entanto, a eleição foi aprovada pela maioria
alinhada pela Frelimo, que inclui o presidente, Sheik Abul Carimo.
Os oito membros
da CNE que votaram contra a aceitação dos resultados dizem que “Comissão
Nacional de Eleições
continua a cometer inconstitucionalidades por omissão ao não cumprir
cabalmente o seu papel constitucional”. A CNE falhou em supervisionar as
comissões provinciais e distritais e permitiu que elas agissem de maneira
tendenciosa.
“As situações e factos acima arrolados, reforçam a nossa convicção de que, através de vários
expedientes e manobras inconstitucionais e ilegais, a Comissão Nacional de
Eleições continua a não ter
a possibilidade real de cumprir com as suas obrigações constitucionais e legais, sendo por isso
incapaz de garantir um processo eleitoral justo e cujos resultados sejam
aceites por todos.”
A lei dispõe que
à a observadores e delegados de partidos devem ser emitidas credenciais mas,
ainda assim, não foi aconteceu. Em muitos lugares as selecções de presidentes e
vice-presidentes de mesas de voto foram feitas de maneira imprópria e política,
sem consultar adequadamente os directores adjuntos do STAE nomeados pela
oposição.
” Simplesmente, a
orientação da Comissão
Nacional de Eleições,
através do seu Presidente, em muitos distritos, foi pura e simplesmente
ignorada, facto que, demonstra a existência de funcionários e agentes
eleitorais não interessadas na transparência e integridade do processo,
preferindo obedecer outros comandos estranhos aos órgãos eleitorais”.
Para a CNE dizer
que as ilegalidades devem ser tratadas pelo sistema legal e Conselho
Constitucional é simplesmente lavar as mãos da questão como Pôncio Pilatos,
dizem os oito. A lei não tira a responsabilidade da CNE.
Finalmente, os
oito pedem um debate urgente sobre um novo sistema de gestão eleitoral, para
substituir o sistema duplo da CNE e do STAE.
* títutlo do blog
CIP – 25.10.2019
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