Conselho Constitucional confirma reeleição de Filipe Nyusi como Presidente de Moçambique
Maputo, 23 dez
2019 (Lusa) - O Conselho Constitucional (CC) proclamou hoje os resultados das
sextas eleições gerais de Moçambique, confirmando a reeleição de Filipe Nyusi,
à primeira volta, para um segundo mandato, com 73% dos votos.
Filipe Nyusi,
candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder
desde a independência, foi reeleito com 4.507.549 de votos, o correspondente
73%, contra 1.351.284, o que corresponde a 21,88 %, de Ossufo Momade, líder do
principal partido de oposição no país, a Renamo, declarou a presidente do CC,
Lúcia Ribeiro, na cerimónia de proclamação em Maputo.
Em terceiro lugar
ficou Daviz Simango, líder da Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com
270.615 (4,38%) dos votos, e em quarto lugar ficou Mário Albino, candidato pela
Ação de Movimento Unido para Salvação Integral (AMUSI), com 45.265 , o
correspondente a 0,74 % dos votos.
Com os
resultados, que já haviam sido anunciados em outubro pela Comissão Nacional de
Eleições, Filipe Nyusi viu reforçado os resultados de há cinco anos.
Na altura, quando
que se candidatou para suceder a Armando Guebuza, Nyusi teve 57,03% dos votos e
o seu principal opositor, Afonso Dhlakama, antigo líder da Renamo (falecido em
maio de 2018), recolheu 36,61%, cabendo 6,36% dos votos a Daviz Simango, do
MDM.
Nestas eleições,
Nyusi e a Frelimo venceram com maioria absoluta nas três eleições em todos os
círculos eleitorais - 11 no país, mais dois no estrangeiro (África e Resto do
Mundo).
No parlamento, a
Frelimo reforça a maioria e vai passar a ter mais de dois terços dos lugares,
cabendo-lhe 184 dos 250 deputados, ou seja, 73,6% dos lugares, restando 60
(24%) para a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e seis assentos (2,4%)
para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
A Frelimo
consegue mais 40 deputados que há cinco anos, a Renamo perde 29 e o MDM perde
11.
A maioria de dois
terços é requerida para aprovar alterações à Constituição, para matérias
referentes ao estatuto da oposição, para a eleição do Provedor de Justiça e
ainda para acionar ações penais contra o Presidente da República ou impedir
vetos presidenciais a leis reexaminadas, lê-se na própria lei fundamental.
A Frelimo
conseguiu ainda vencer com maioria absoluta cada uma das eleições para as
assembleias provinciais, onde, pela primeira vez, o governador é eleito em vez
de ser nomeado pelo poder central.
A abstenção foi
de 49,26%, com o número de votantes a ascender a 6.679.008 de um total de
13.162.321 inscritos.
Os resultados não
foram aceites pelos partidos da oposição no parlamento, Renamo e MDM, alegando
fraude generalizada.
A presidente do
CC, que rejeitou todos 18 recursos submetidos ao órgão, considerou que as
irregularidades registadas não afetaram os resultados eleitorais, apelando aos
partidos políticos para a submissão das reclamações atempadamente junto das
assembleias de voto.
Com a proclamação
dos resultados pelo CC, que não contou com representantes do principal partido
de oposição (Renamo), é encerrado o processo da realização do sexto escrutínio
geral em Moçambique.
EYAC // PJA
Lusa/Fim
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