Ossufo Momade:"Ainda vamos pensar se vale a pena pouco ou nada"!
O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) pediu hoje à
comunidade internacional que impeça a “ditadura monopartidária” em Moçambique e
avisou que o partido irá ainda decidir se os seus eleitos tomam posse dos
cargos.
De acordo com os resultados preliminares das eleições moçambicanas de 15
de outubro, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) ganhou com maioria
qualificada no parlamento e o atual Presidente, Filipe Nyusi, foi reeleito,
resultados que a Renamo não reconhece, assegurando ter provas de fraude.
Caso o Conselho Constitucional confirme os resultados, a Renamo irá
reunir “os órgãos do partido: a comissão política nacional e o conselho
nacional”, porque a decisão de tomar posse dos lugares eleitos não pode
resultar de “um posicionamento apenas do presidente”, disse Momade à agência
Lusa, numa entrevista por telefone.
“Se os deputados vão ou não tomar posse… neste momento é prematuro” e, em
dezembro, “os órgãos vão reunir e vão decidir qual vai ser a decisão do
partido”, explicou o líder da Renamo, que terminou hoje uma visita à Holanda.
Na viagem, Ossufo Momade levou uma caixa com “boletins que estão fora do
circuito da Comissão Nacional Eleitoral (CNE)” e que estão pré-preenchidos com
uma cruz nos candidatos da Felimo.
“Desta vez, nós trazemos elementos que provam fraude eleitoral”, disse
Momade, considerando que os observadores internacionais “não podem ficar
calados” perante “evidências tão claras”.
“Em Moçambique, está instalado um regime que não quer abandonar o poder
e, para não sair do poder, usa a polícia” contra a oposição, afirmou,
acrescentando: “É uma coligação: polícia, a CNE,o STAE [Secretariado Técnico de
Administração Eleitoral] para manietar a Renamo”.
Na Holanda, Ossumo Momade reuniu-se com parceiros internacionais da Renamo,
entre os quais o Instituto Holandês para a Democracia Multipartidária.
“Nós temos confiança na comunidade
internacional na medida em que não gostaríamos que voltássemos aos erros do
passado”, em que o país viveu uma situação de guerra civil, disse à Lusa.
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Fonte: Moçambique interativo
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