Governadores desafiam Presidente do Brasil
Os 27
governadores do país se reunirão nesta quarta-feira (25) às 16h por
videoconferência. Eles irão discutir as ações que adotarão para fazer frente à
pandemia do coronavírus depois que Bolsonaro abriu guerra contra eles e lançou
o país no caos. Pode surgir um poder paralelo à Presidência e iniciar-se o
caminho do impeachment, pois os governadores controlam a maior parte das
bancadas parlamentares federais.
A reunião
acontece sob clima de enorme tensão. Bolsonaro atacou os governadores e as
medidas que estão adotando para combater a pandemia do coronavírus no pronunciamento da noite desta terça-feira (24), quando
conclamou o comércio a retomar sua atividade normal. Ele voltou à carga na manhã desta quarta, nos portões do
Palácio do Alvorada,
quando qualificou as ações dos governadores de “crime” e concitou as pessoas a
saírem de suas casas.
Em reunião por
videoconferência no meio da manhã, agrediu o governador de São Paulo, João
Doria, de maneira sem
precedentes para as relações entre um presidente e um governador de Estado na
história da República.
A partir do
pronunciamento, os governadores começaram um levante contra Bolsonaro, a ponto
de o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, aliado de primeira hora e líder do
bolsonarismo, ter rompido com o presidente na manhã desta quarta.
Os governadores
estão reagindo fortemente a Bolsonaro nas últimas horas. Já começam a falar em
impeachment. O governador Flávio Dino, do Maranhão, afirmou que “há poucas
esperanças de que Bolsonaro possa exercer com responsabilidade e eficiência a
Presidência da República”. O de Santa Catarina, Carlos Moisés, do partido
que foi de Bolsonaro (PSL), se disse “estarrecido”.
A
reunião, que deve encerrar-se no fim da tarde, promete estabelecer outro polo
de poder enquanto não se soluciona a mais grave crise política do país em
muitos anos.
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