Juiz suspende nomeação de novo diretor-geral da Polícia Federal do Brasil
São Paulo, 29 abr
2020 (Lusa) - O juiz Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF)
brasileiro, suspendeu hoje a nomeação de Alexandre Ramagem para diretor-geral
da Polícia Federal, numa decisão provisória após uma ação do Partido
Democrático Trabalhista (PDT).
"Defiro a
medida liminar para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de
28/4/2020, Secção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre
Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal",
refere o juiz no despacho.
Alexandre Ramagem
é delegado da Polícia Federal desde 2005 e já ocupou diversos cargos dentro da
corporação. Em 2018, assumiu a coordenação de segurança da campanha
presidencial de Jair Bolsonaro, tornando-se seu amigo próximo e dos seus
filhos.
O PDT e outros
partidos da oposição tentam impedir a sua nomeação, com base em informações do
ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que declarou publicamente que Bolsonaro
despediu o antigo chefe da Polícia Federal Maurício Valeixo para interferir
politicamente nas investigações realizadas pela corporação.
Após ter lançado
estas acusações contra Jair Bolsonaro, Moro anunciou que iria remeter ao
Presidente a sua carta de demissão.
A suspeita
levantada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública é de que o chefe de
Estado do Brasil tentou interferir na Polícia Federal para obter informações
sobre investigações sigilosas em inquéritos que envolvem os seus filhos e
aliados próximos.
Já Bolsonaro
negou que tenha praticado qualquer interferência política naquele órgão e
acusou o ex-ministro de o pressionar para ocupar uma cadeira de juiz no Supremo
Tribunal Federal (STF), que ficará vaga em novembro.
As declarações de
Sergio Moro levaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir uma
investigação para apurar as denúncias, já autorizada pelo STF.
CYR // VM
Lusa/Fim
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