Líder da autoproclamada Junta Militar diz que aumentaram os ataques contra as suas bases
O líder da
autoproclamada Junta Militar da Renamo, Mariano Nhongo, diz que há um aumento
de ataques das forças de defesa e segurança contra as suas bases no interior
das províncias moçambicanas de Manica e Sofala, e que os combates já provocaram
baixas.
Mariano
Nhongo, um general da Renamo que lidera desde 2019 o grupo dissidente designado
Junta Militar, revela que os ex-guerrilheiros tiveram de repelir várias ameaças
de invasão das suas bases em Dombe (Manica) e Gorongosa (Sofala), pelas forças
estatais.
Analistas
dizem que desistências podem fragilizar a autoproclamada Junta Militar da
Renamo, mas ataques podem continuar
“Há guerra
entre a (autoproclamada) Junta Militar da Renamo e as forças do governo” diz à
VOA sem detalhes Mariano Nhongo, via telefone.
O líder
dissidente conta que, na semana passada, elementos da sua Junta Militar
enfrentaram um contingente das Forças de Defesa e Segurança nas matas de Dombe,
que fica próximo de Mutunduri, uma zona com um histórico de ataques a viaturas
junto a Estrada nacional número um (N1).
Há duas
semanas, na zona limítrofe entre Nhamatanda e Gorongosa, as forças
governamentais confrontaram os guerrilheiros da Junta Militar da Renamo, após
um ataque a um autocarro, atribuído ao grupo pelas autoridades, na principal
estrada de Moçambique.
Por sua vez,
as autoridades policiais em Manica, admitiram um incremento das operações
contra a “movimentação dos homens armados da Junta Militar da Renamo” em zonas
com histórico de ataques armados.
“As Forças de
Defesa e Segurança incrementaram as patrulhas em Dombe, que culminaram em
confrontos com aquela força” diz à VOA o porta-voz Mário Arnaça, assegurando
que as forças governamentais estão a perseguir “todas as ameaças de
insegurança” dos homens armados.
Na semana
passada, a Polícia da República de Moçambique (PRM), anunciou que matou cinco
alegados guerrilheiros da Junta de Nhongo. Na mesma operação a Polícia
apreendeu três armas de fogo do tipo AK47 e sete carregadores com 120 munições.
A
autoproclamada Junta Militar da Renamo reivindica o afastamento de Ossufo
Momade na liderança da Renamo, e uma desmobilização com dignidade e integração
justa nas forças de defesa e segurança e na sociedade.
Os seis
acusados, Tribunal de Dondo, Moçambique
Seis acusados
de conspiração contra o Estado negam ligação com autoproclamada Junta Militar
da Renamo
Entretanto, o
Tribunal Judicial Distrital de Dondo, que julga seis réus, incluindo dois
dirigentes da Renamo em Sofala, num processo de conspiração contra o Estado,
por recrutar homens e financiar a autoproclamada Junta Militar da Renamo,
suspendeu por duas semanas as audiências.
A interrupção
deveu-se ao facto do juiz que julga o processo ter notificado, por duas vezes,
declarantes errados, no caso investigadores do Serviço Nacional de Investigação
Criminal, que devem descodificar, através dos exames de criminalística, as
mensagens trocadas entre os réus antes da detenção.
O julgamento
retoma em Agosto.
VOA – 27.07.2020
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