Moçambique/Ataques: Grupos armados invadem Porto de Mocímboa da Praia
Maputo, 12 ago
2020 (Lusa) - Grupos armados que têm protagonizado ataques em Cabo Delgado
invadiram na madrugada de hoje o Porto de Mocímboa da Praia, disse à Lusa fonte
do exército moçambicano.
"Há vários
colegas nossos da força marinha que morreram", disse a fonte,
acrescentando que houve confrontos entre as forças governamentais e o grupo que
resultaram em um número desconhecido de mortos e feridos.
Segundo a fonte,
nas instalações portuárias daquela vila, situada a cerca de 345 quilómetros da
capital provincial de Cabo Delgado, os atacantes, que reinvidicam uma causa
'jihadista' contra as autoridades, conseguiram instalar um ponto de
resistência.
"Muitas
pessoas fugiram. Os que mais sofreram foram os que estavam de prontidão, mas
não estavam devidamente equipados para fazer face a eles [os
insurgentes]", declarou a fonte.
"Normalmente,
nestas condições, abandonamos a posição e depois vamos nos preparar para tentar
recuperá-la", acrescentou.
Uma outra fonte
local disse à Lusa que à vila está quase abandonada, explicando que a população
continua a fugir das aldeias e as linhas de comunicação também estão
interrompidas.
"Poucas
pessoas tem coragem para continuar a viver em Mocímboa da Praia", disse a
fonte, que se refugiu há meses na capital provincial.
O ataque ao Porto
de Mocímboa da Praia segue-se a outros que foram registados nos últimos dias em
várias aldeias da zona, com frequentes confrontos entre as Forças de Defesa e
Segurança e os insurgentes, classificados como uma ameaça terrorista.
Mocímboa da Praia
tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa
ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
Mocímboa da Praia
é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área
de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias
petrolíferas internacionais e liderado pela Total.
Os ataques de
grupos armados na província de Cabo Delgado eclodiram em outubro de 2017 mesmo
em Mocímboa da Praia e já provocaram, pelo menos, a morte de 1.000 pessoas, e
algumas das ações dos grupos têm sido reivindicadas pelo grupo 'jihadista'
Estado Islâmico (EI).
De acordo com as
Nações Unidas, a violência armada naquela província do norte de Moçambique
forçou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a
norte da província.
EYAC // PJA
Lusa/Fim
Comentários
Enviar um comentário