ONG moçambicana quer esclarecimento da morte de ex-presidente de extinto Banco Austral
O Centro para a
Democracia e Desenvolvimento, ONG moçambicana, defende que o Estado deve
esclarecer assassinato do antigo presidente do Banco Austral, António Siba-Siba
Macuácua, morto há 19 anos.
O Centro para a
Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização não-governamental (ONG)
moçambicana, defende que o Estado deve esclarecer o assassinato do economista e
antigo presidente do extinto Banco Austral, António Siba-Siba Macuácua, morto
há 19 anos.
“E porque nunca é
tarde para exigir justiça, o CDD defende que o Estado deve esclarecer o
assassinato de Siba-Siba Macuácua e responsabilizar todas as pessoas envolvidas
neste caso de grave violação dos direitos humanos”, lê-se num comunicado
enviado à comunicação social, num dia em que se assinalam 19 anos após o
homicídio do economista.
O então presidente
do Banco Austral foi lançado do 14.º andar, numa altura em que investigava a
gestão danosa da instituição bancária. A ONG disse serem 19 anos de “silêncio
incómodo” por parte das autoridades da justiça que “nunca se preocuparam em
aprofundar as investigações para o esclarecimento” do “crime hediondo”.
“São 19 anos de
impunidade dos autores materiais e morais que silenciaram um verdadeiro
combatente da luta contra o crime organizado e são 19 anos de injustiça para a
família de Siba-Siba Macuácua e para toda a sociedade moçambicana vítima dos
crimes de corrupção”, acrescentou o texto.
Em 2010, o
Ministério Público absteve-se de acusar os gestores moçambicanos indiciados de
gestão danosa do antigo Banco Austral, apesar das evidências trazidas por uma
auditoria forense, recordou o CDD.
“Hoje, passam-se
19 anos, ninguém foi julgado e condenado pelo crime que tirou a vida ao
economista”, lamentou a ONG.
Siba-Siba, que
assumiu o banco na sequência da gestão danosa que vinha sendo protagonizada por
um consórcio formado por um banco da Malásia e investidores moçambicanos,
morreu num momento em que se preparava para divulgar os nomes dos maiores
devedores da instituição bancária, numa lista com personalidades do cenário
político e económico ligados ao poder.
Os beneficiários
de tais créditos mal parados terão acedido ao dinheiro do extinto Banco Austral
sem prestarem as garantias necessárias, colocando o banco à beira da falência.
LUSA – 11.08.2020
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