Advogado de Manuel Chang diz ser "chocante" a falta de decisão do Governo sul-africano
Rudi Krause não
entende a demora do ministro da Justiça e Serviços Correcionais, Ronald Lamola,
em decidir sobre a extradição do antigo ministro
O advogado do
antigo ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang disse à VOA que quase
dois anos depois da prisão do seu cliente na África do Sul continua a não saber
o que as autoridades tencionam fazer quanto aos pedidos de extradição
apresentados pelos Estados Unidos e Moçambique.
Questionado sobre
qual a situação de Manuel Chang, o advogado sul-africano respondeu estar na
“mesma posição que você”.
“É chocante que o
ministro da Justiça e Serviços correcionais ainda não tenha tomado uma decisão
sobre o sr. Chang”, disse o advogado
Manuel Chang foi
preso na África do Sul em dezembro de 2018 a pedido das autoridades americanas
que o querem julgar pelo seu envolvimento no chamado caso das “dívidas ocultas”
em que o Estado moçambicano perdeu cerca de dois mil milhões de dólares num
negócio no qual alegadamente Chang teria sido subornado.
Os pagamentos
teriam sido feitos através de bancos americanos em violação das leis dos
Estados Unidos, o que levou a justiça americana a sair no encalce do antigo
ministro e seus colaboradores.
O Estado
mocambicano e o próprio Chang opuseram-se à extradição para os Estados Unidos
e, segundo o Centro de Interidade Pública (CIP), o Governo de Maputo gastou
mais de milhão e 500 mil dólares em advogados para tentar impedir a extradição
de Chang para os Estados Unidos.
No ano passado,
após uma longa batalha legal, o tribunal distrital de Kempton Park sentenciou
que Manuel Chang era extraditável e o então ministro da Justiça e Serviços
Correcionais da África do Sul, Michael Masutha, decidiu pela sua extradição
para Moçambique, dias antes de deixar o Governo.
Após a posse de
um novo Executivo, em julho o nóvel ministro da pasta, Ronald Lamola, revogou a
decisão do seu antecessor e pediu ao Tribunal Supremo de Joanesburgo a revisão
da decisão.
O tribunal
devolveu o caso ao ministro Lamola para decisão final, o que até agora ainda
não aconteceu.
VOA – 27.10.2020
Comentários
Enviar um comentário