Supremo Tribunal dos EUA recusa entrar na “guerra das casas de banho”
Washington, 08
dez 2020 (Lusa) – O Supremo Tribunal dos Estados Unidos recusou na
segunda-feira invalidar uma diretiva das escolas públicas do Oregon que
autoriza os estudantes transgénero a utilizar a casa de banho e balneários do
sexo com o qual se identificam.
A mais alta
instância judicial norte-americana, que tem seis magistrados conservadores em
nove, não explicou os motivos pelos quais rejeitou o recurso dos pais de
estudantes que contestam essa disposição, nomeadamente em nome de argumentos
religiosos ou do direito à privacidade.
Esta decisão é a
mais recente de um saga política e judicial já denominada como “a
guerra das casas de banho”, que se arrasta há vários anos nos Estados
Unidos.
Em 2016, o
governo de Barak Obama emitiu uma circular onde pedia ao sistema público de
educação que permitisse aos alunos utilizarem a casa de banho e os balneários
desportivos de acordo com o género com o qual se identificam.
Assim que chegou
ao poder, o governo de Donald Trump revogou essas diretrizes, deixando a
decisão para as jurisdições locais.
Alguns Estados
conservadores adotaram leis para forçar os alunos a utilizar a casa de banho
destinado ao seu sexo de nascença, enquanto outros, pelo contrário, assumiram a
linha da administração democrata, incluindo o distrito de Dallas, no Estado de
Oregon.
A decisão do
Supremo Tribunal de deixar essa diretiva em vigor foi saudada pelos
defensores das minorias sexuais, incluindo a poderosa associação
antidiscriminação ACLU.
“O Supremo
Tribunal reafirma que os jovens transgénero não são uma ameaça para outros
estudantes”, comentou o advogado da ACLU, Chase Strangio.
A decisão envia
“uma mensagem importante” num momento em que muitos Estados preparam novas
ofensivas legislativas contra os mesmos, referiu o causídico, em comunicado.
SYL // JLS
Lusa/Fim
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