Moçambique/Ataques: Grupos armados em Cabo Delgado executaram 52 jovens – polícia
Maputo, 21 abr 2020 ( Lusa) - Grupos armados que têm protagonizado ataques em
Cabo Delgado executaram 52 jovens no distrito de Muidumbe, disse hoje à Lusa o
porta-voz do comando-geral polícia moçambicana.
As execuções
ocorreram em 08 de abril na aldeia de Xitaxi, quando os grupos armados tentavam
recrutar jovens no distrito de Muidumbe, segundo Orlando Modumane.
"Os jovens
que estavam para ser recrutados ofereceram resistência, o que provocou a ira
dos malfeitores que indiscriminadamente balearam mortalmente 52 jovens",
explicou o porta-voz do comando-geral da polícia moçambicana.
Segundo Orlando
Modumane, as autoridades moçambicanas deslocaram-se à aldeia após denúncias da
população, mas os insurgentes haviam já abandonado o local.
O porta-voz da
polícia moçambicana disse ainda que as Forças de Defesa e Segurança reforçaram
as operações nos pontos mais críticos da província.
"Temos
estado a intensificar várias ações operativas, visando a sua neutralização e
consequente responsabilização pelos atos criminosos e hediondos que têm
perpetrado naquele ponto do país", concluiu Orlando Modumane.
Cabo Delgado,
região onde avançam megaprojetos de extração de gás natural, vê-se a abraços
com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista.
As incursões já
mataram, pelo menos, 400 pessoas desde outubro de 2017.
As autoridade
moçambicanas contabilizam 162 mil afetados pela violência armada naquela
província, 40 mil dos quais deslocados das zonas consideradas de risco,
maioritariamente situadas mais para o norte da província, e que estão a receber
assistência humanitária na cidade de Pemba, a capital provincial.
No final de
março, as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga foram invadidas por um grupo,
que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das
Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
Na ocasião, num
vídeo distribuído na Internet, um alegado militante 'jihadista' justificou os
ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objetivo de impor uma
lei islâmica na região.
Foi a primeira
mensagem divulgada por autores dos ataques que ocorrem há dois anos e meio na
província de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.
EYAC // LFS
Lusa/Fim
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